sexta-feira, 22 de janeiro de 2010


Eu não quero mais ter medo, não quero mais ter que conviver com os meus receios, eu quero arriscar, apostar alto. Já chega de não dar o próximo passo temendo que o chão se abra embaixo de mim e me engula , chega de recear pular montanha abaixo afinal, o que de errado pode haver nisso? Eu quero é me perder, quero me esbagaçar, quero viver, quero voar. Eu quero dançar no templo das horas inefáveis com duas serpentes negras e imensas se enrroscando no meu corpo, eu quero o vento uivante da noite soprando incessante na minha alma. Eu quero sentir o amargo da dor, o afago das chuvas dos dias quentes de verão, eu quero grama verde sob os meus pés e quero também o chão espinhoso pra me dilacerar a carne e sorver meu sangue. Eu quero ser fraco pra aprender a ser forte, eu quero ser humilhado pra aumentar a cada dia a minha estima por mim mesmo e minha pena para com os outros. Eu quero provar do néctar sagrado dos deuses, e do veneno entorpecente dos Demônios também. Eu quero roubar a chama sagrada e sofrer por toda eternidade em paga disso. eu quero abençoar e ser abençoado, eu quero praguejar e ser igualmente amaldiçoado.Eu quero tudo junto e misturado. Quero é poder um dia me libertar das prisões que construi pra mim.
Tudo que quero é me ser, sem medo de errar.