quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Ego...


Mas há que se acabar com a tristeza, e o desapontamento, há de morrer o ego que insufla falsamente a destemida atitude inusitada e completamente despreparada diante da vida e das viradas da roda de Dama Fortuna. A fera mortalmente ferida há de morrer, desintegrar-se em resignação e paz de espirito, conforto absoluto incongruente com as mil facetas que lutam por dominação dentro de um mesmo Eu, um povoado de máscaras que jamais viu a verdadeira face do ser que as veste, o próprio ser jamais a viu, posto que o único espelho capaz de refletir a face esplendorosa esteve coberto por tanto tempo de densa neblina mundana, que agora é necessário muito trabalho pra reluzir a prateada superfície da ânima que exalta a face verdadeira do Um. Ter o gigantesco Ego ferido dói mas, dilacerante mesmo, é lutar contra essa faceta furiosa que tenta dominar todos os momentos! Não há ordália maior, nem luta mais cruel do que o enfrentamento de si mesmo para a depuração da nova carne! Possam as pedras no caminho serem dolorosamente reconfortantes e fortalecedoras pra que se reconheça humildemente o nada criador do tudo.